Fazenda, que fica em uma das regiões mais secas do estado, associou gestão e tecnologia e se transformou em modelo

A despeito da crise que afeta o Brasil, especialmente Minas Gerais, o agronegócio vem se destacando. Engana-se quem pensa que isso acontece pelas características do setor. O sucesso se dá graças à utilização de tecnologias apropriadas e de gestão para melhoria de resultados e aumento da produtividade. Nesse contexto, o grupo Agropecuária São José, situado na região de Frei Inocêncio, próxima a Governador Valadares, destaca-se por trabalhar no sentido de tornar o negócio rentável, autossustentável, e ainda dar exemplos para a região que enfrenta dificuldades, principalmente pelos últimos anos de chuvas escassas. A aposta são novas tecnologias e aplicação de gestão empresarial para transformar os vales em pastos verdes e assim alimentar o gado e dar à terra um novo ciclo e uma nova história. O capim seco na fazenda dava os sinais de que a terra estava cansada. Das queimadas realizadas por décadas e também da falta de chuva que castiga por meses a região. Modificou completamente essa realidade e a fazenda, atualmente, prepara-se para colher 10 mil toneladas de milho para silagem. Isso tudo resultado de metodologias de gestão com foco no sucesso do negócio e também em uma série de grandes e pequenas mudanças que fazem da São José modelo não só para a região, mas também para quem acredita que é possível transformar e dar à terra o que ela precisa para voltar à fecundidade.

A modificação da terra teve seu ápice em 2013, quando foi implantado sistema de irrigação com pivô de 640 metros, que irriga área de 128 hectares e área complementar de 120 hectares irrigada pelo sistema de aspersão, e algumas mudanças com a formação de 23 pequenas barragens para preservar a água em tempos de seca. “Com a irrigação, a fazenda transformou-se em pulmão da região e é possível vermos diversas espécies de animais da fauna local, além da pastagem verde e do plantio de milho. Nossa intenção é disseminar essa tecnologia para outras fazendas para que a região possa progredir”, afirma o professor José Martins de Godoy, representante do grupo, cuja propriedade é da família Godoy.

A finalidade primeira com a irrigação era fazer com que a pastagem fosse sempre verde para alimentar o gado. Com quase mil hectares, a São José, que fica a 37 quilômetros de Governador Valadares, complementou essa ação com o plantio de milho para a transformação em silo. Porém, o inevitável com a seca na região ocorreu. Fazendeiros começaram a procurar a São José para a compra de alimento para o gado. Parte da produção foi comercializada e a outra parte foi para o gado da própria fazenda, reconhecido na região pela qualidade.

Além da alimentação, outro diferencial do gado nelore da São José é a criação humanizada. Sem a utilização de confinamentos, o gado é engordado a pasto sem quaisquer tipos de estresse ou sofrimento.

A fazenda tem, ainda, uma preocupação em efetivar ações ambientalmente corretas e busca a sustentabilidade. Um dos maiores investimentos na propriedade foi a implementação de uma usina solar, sistema com 20,4 kWp, com 40 painéis fotovoltaicos. Entre as principais vantagens desse tipo de sistema está a de produzir energia limpa e renovável, fornecendo energia elétrica em elevadas tensões.

Já na área ambiental, a preocupação do grupo é preservar o máximo de mata nativa, permitindo à região contar com uma extensa área verde. Para isso, a fazenda Santa Julieta teve áreas transformadas em reserva legal e área de preservação permanente (APP). Apesar de essas ações servirem como compensação das atividades do restante das propriedades do Agronegócio São José, os projetos ambientais implementados vão além do exigido por lei. Segundo o administrador da fazenda, Expedito Godoy, serão plantadas, nos próximos 10 anos, 50 mil árvores somente na São José, possibilitando não só a preservação dos recursos hídricos, como também a preservação e recuperação das nascentes.

O sistema de irrigação possui todas as outorgas para o funcionamento, além de seguir as regulamentações impostas pela Agência Ambiental do Estado de Minas Gerais.

Fonte: Viver Brasil nº 171 – 25 de março de 2016

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